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CRÍTICA | A Musa de Bonnard – Arte, Devoção e Vida

A Musa de Bonnard nos coloca numa perspectiva em que podemos enxergar o quão triste e devota pode ter sido a vida da Marthe.

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CRÍTICA | A Musa de Bonnard - Arte, Devoção e Vida

Martin Provost, diretor e roteirista do filme, soube colocar em tela muito do que a história da arte já nos conta sobre Pierre Bonnard (interpretado por Vincent Macaigne) – tido como o pintor da felicidade – e também explorar o pouco que temos acesso sobre a vida de Marthé (interpretada por Cécile de France), a musa e fonte de inspiração de boa parte das obras de Bonnard.

O longa nos mostra o relacionamento de Bonnard e Marthé, desde seu início que parte da admiração do artista ao querer desenhá-la, percorre sobre a convivência reclusa idealizada por Marthé e acatada por Bonnard, até toda monotonia do casal que não lida de forma ideal com os problemas que aparecem no caminho, tanto por realidades da época quanto por decisões impulsivas que geram estragos a longo prazo.

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É um filme lento, e precisa ser, pois só assim para conseguir mergulhar sob a complexidade do casal. E dessa forma ele pode ir além do artista, mas também nos envolver na obra, na sua fonte de inspiração e no relacionamento que moldou parte de suas obras.

É difícil retratar Marthé apenas como a “musa” de Bonnard, pois a história é enigmática sobre sua vida, no entanto, o filme aborda bem isso e nos mostra que Marthé foi muito além de uma fonte de inspiração. Ela foi uma pessoa devota a Bonnard, abdicou de muito de sua vida e sonhos para ter uma vida ao lado do artista, e ser a inspiração de grande parte de seus trabalhos.

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O filme claramente nos traz muito interesse sobre arte, criatividade e inspiração, mas seu tema central, que é a fraternidade entre Bonnard e Marthé, é triste. E triste que eu digo é pelo que os dois viveram, de um lado alguém que abdicou de tudo para viver com alguém que ama, e do outro, alguém que viveu através de mentiras, mas que sabia que sua arte não era nada sem sua musa.

O lançamento de A Musa de Bonnard está marcado para o dia 6 de junho nos cinemas brasileiros.

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